Forsfund: apresentação, motivação e resultados
O Forsfund é um sistema quantitativo de análise de ativos financeiros consistindo na elaboração de estratégias, realização de backtesting, análise de resultados e escolha de ativos e finalmente a operação de compra/venda (sempre no fechamento do dia e na periodicidade diária), atrelada a rígidos critérios de gerenciamento de risco. Não é um sistema automático, no sentido completo de termo, a nomenclatura mais adequada seria uma visão sistemática híbrida do mercado financeiro e seus ativos, e não uma visão automatizada, pois utiliza uma abordagem sistemática com acompanhamento, e não meramente discricionária para investir. O sistema é ajustado e testado mesmo quanto não está em operação, e a constância dos resultados é um dos parâmetros mais importantes a serem observados.
O sistema atualmente pode operar para uma classe praticamente infinita de ativos, dos mais variados setores, pois essa ampla aplicabilidade - e com retornos adequados- mostra sua robustez e consistência.
A criação de um sistema quantitativo envolve inúmeras etapas, e no caso do Forsfund não seria diferente, é um trabalho de grande complexidade. A dupla envolvida desde a concepção do primeiro código - que exibia um backtesting sofrível- é egressa do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, onde ambos finalizaram estudos em física teórica no doutoramento. O trabalho começou anos mais tarde, quando ambos já realizavam operações financeiras e gostariam de automatizar o processo de compra no mercado à vista com base em estratégias estatísticas. Este primeiro objetivo culminou em um código de milhares de linhas que permitia gerar relatórios de trade e de estatística das negociações para praticamente qualquer ativo que pudesse ser escrito na forma de candles, ou que tivesse apenas um valor idêntico para os quatro valores do candle.
Uma primeira versão foi lançada em 2009, aplicada essencialmente a ativos do índice Bovespa. Logo em seguida foram incluídas commodities, com ótimos resultados. Com o tempo o alcance do sistema se ampliou muito: além de ações brasileiras e commodities, o sistema foi aplicado com sucesso na descrição do comportamento de índices, taxas de juros, moedas, fundos de investimento, ETFs, fundos setoriais, criptomoedas e FII's. Praticamente não há limite de aplicabilidade.
O desenvolvimento do sistema pode ser dividido em 1- código, 2- backtesting e operação. De 2010 em diante os criadores do sistema se dedicaram, dentre outras atividades, à escrita de livros sobre estratégias de operação no mercado financeiro brasileiro, o que gerou a publicação de 2 obras, manutenção do sistema bem como sua aplicação a novos mercados, como criptomoedas.
Nos últimos 10 anos o desenvolvimento de sistemas quantitativos foi expressivo no Brasil, já existindo vários fundos operando há alguns anos, havendo massa crítica importante de interessados e versados nesse assunto, muito diferente da realidade que existia em 2010-2015, por exemplo, quando quase ninguém sabia o que eram sistemas quantitativos. A descrença a uma nova abordagem ao mercado somada aos anos de crise, dificuldades de acesso a uma conexão realmente estável de qualidade, entraves relacionados aos altos custos de corretagem e problemas operacionais das corretoras da época explicam em parte a decisão de manter o sistema praticamente de lado em relação à operação com ativos nacionais, a não ser pelo acompanhamento de operações das curvas de juros e ações e índices americanos, num passado mais recente. O tempo avançou e com ele novos mercados puderam ser acessados de forma mais direta e facilitada no Brasil e também no exterior, novos ativos foram introduzidos, fazendo com que todo o esforço em desenvolver uma ferramenta robusta e confiável pudesse novamente ser posta em serviço, uma vez que ela não está limitada a um único mercado, como no início. Pode-se dizer que preparamos o sistema para descrever ativos que ainda nem existiam, e quando surgiram, o sistema estava pronto para descrevê-los... Desenvolver estratégias quantitativas é um constante rasgar-se e remendar-se...
O panorama financeiro amplo e diversificado permite que o sistema Forsfund possa dar sua contribuição ao problema de investimentos de ativos de risco de forma inovadora e consistente, já que a tendência mundial é de crescimento de cerca de 15% a.a no uso de trading baseado em algoritmos, conforme dados da figura abaixo.
Para mais informações: https://www.thebusinessresearchcompany.com/report/algorithmic-trading-global-market-report
Panorama do crescimento esperado para o mercado de trading baseado em algoritmos de 2024 a 2029.
Fundos quantitativos
Um dos fundos quantitativos mais famosos é o Medallion Hedge, do matemático Jim Simons. Não há qualquer informação sobre as estratégias utilizadas, arrisca-se afirmar que é um fundo neutro, que abre milhares de posições todos os dias, operando tanto na compra quanto na venda. A probabilidade média das estratégias rentáveis mal excede os 50% (este importante dado pode ser obtido no livro The Man Who Solve the Market: Jim Simons Launched the Quant Revolution, de Gregory Zuckerman, sendo talvez o único dado relativo às estratégias relevado em toda a obra). O fundo é considerado a caixa mais preta no que se refere à gestão de recursos de todo o mercado, pois ninguém conseguiu até hoje desvendar os segredos de Jim Simons, que rende cerca de 40% a.a. Abaixo, a rentabilidade do fundo Medalliom versus SP500 desde o final dos anos 80. Interessante notar que o fundo Medallion começou a operar com moedas, passando então para futuros de commodities. De fato, há setores onde a descrição quantitativa apresenta resultados ímpares, e commodities é um deles.
No Brasil já existem fundos sistemáticos em operação, como o Rio Bravo Sistemático, o Daemon Nous Global, o Seival Agressivo, o Fundo Systematica Blue Trend Advisory e os fundos da gestora de fundos quantitativos Giant Steps: Zara e Darios. Acompanhamos de perto seus desempenhos.
A estratégia quantitativa Forsfund
O sistema quantitativo Forsfund foi aplicado inicialmente para ações do Ibovespa e para o índice BOVA11, e os resultados com moedas e commodities foram mais promissores, em parte devido à imaturidade do índice Ibovespa, sua alta volatilidade, movimentos erráticos do tipo gangorra, e alta dependência de influências externas, em suma, um mercado em que a imaturidade supera as ineficiências desejáveis a explorar. Os resultados para mercados bastante líquidos se mostram extremamente estáveis e rentáveis, em que o sistema mostra todo o seu poder de realizar trades que superam a tomada de decisões puramente humana. Em criptos, principalmente, o sistema tem se mostrado altamente eficiente. O trading com commodities futuras é um dos destaques de aplicabilidade do método, tornando a descrição de alguns setores do Ibovespa extremamente frustrante do ponto de vista de expectativas positivas que se desconstroem com muita frequência. O Brasil representa cerca de 1% do mercado de ativos global e esta falta de representatividade nos faz buscar alternativas de investimentos. Dentro de um sistema quantitativo é bastante possível eleger os melhores ativos para se operar, de acordo com critérios de aderência ao método, rentabilidade, liquidez. Nem todas as ações brasileiras atendem a todos esses critérios, e como dito anteriormente, focamos em explorar ineficiências. E elas existem.
É feito o acompanhamento de cerca de 60 ativos, dos mais variados setores. A descrição obtida é sempre a que melhor descreve o ativo dentro do período de tempo considerado. Atenção especial é dada à consistência dos resultados: o sistema deve fornecer uma solução aderente no tempo, a fim de se evitar que o sistema funcione bem no backtesting e vá perdendo aderência à medida que o tempo passa. Outro ponto importante é considerar um benchmark que valide as estratégias: o método Buy and Hold (B&H) assume esse lugar, considerando que nem sempre o sistema irá superar o B&H, é preciso que a amostra de comparação seja estatisticamente relevante (cerca de 30 trades, em média). Atenção especial é dada para que se evite o overfitting e se acompanhe o ativo durante um certo número de trades para analisar sua constância e rentabilidade.
Para ter acesso a alguns resultados, consulte a página inicial do blog, nas abas Ações, Commodities, Cripto, ETF's, Fundos, Índices, Moedas e Juros são divulgados resultados de alguns ativos selecionados.
O sistema tem descrito essa ampla variedade de ativos de forma consistente e robusta. A alta aplicabilidade, com retornos consistentes que superam B&H em diversos intervalos de tempo revela que o sistema mostra competência em descrever o comportamento dos ativos.
Para efeito de comparação de resultados, têm-se a tabela abaixo com os resultados obtidos para os ativos Gold, Silver, Copper, Steel, Lithium, Platinum de 01/01/25 até 21/01/2025 ou 17/01/2025 (Iron Ore). Fonte:
Siglas utilizadas:
Método Buy and Hold: B&H
Estratégia Forsfund: FF
Este espaço será utilizado para divulgação de resultados do sistema de estratégias quantitativas em investimentos de renda fixa e variável Forsfund, e interação na área de pesquisa, desenvolvimento e aplicação em investimentos, sejam eles em ações, commodities, juros, bonds, índices, moedas, fundos, FII's, cripto e tudo o que puder ser representado na forma de candles.
De análise de Petr4 a fundo de urânio, das tendências de investimentos em minério de ferro a cobre, bem como ouro, prata, lítio, petróleo, soja, café, açúcar, suco de laranja e platina, do comportamento dos juros dos EUA às últimas tendências das ações da NVIDIA - e como ela se relaciona com a TSM (Taiwan Semiconductor Manufacturing) e o que esperar destes ativos de IA após o gap de queda de 27/01/2025, o comportamento do índice Bovespa e FTSE, como o sistema tem descrito a cripto XRP e a rentabilidade obtida - seria esta uma boa opção de investimento em cripto? Para onde vai o dólar? - este espaço se atém a buscar respostas a estas e muitas outras questões, fornecendo uma descrição quantitativa para o problema de investimento. Importante esclarecer que obtemos respostas possíveis, que devem ser encaradas sempre do ponto de vista estatístico.
Legenda: Gráfico da estratégia aplicada ao Dólar.
Em suma, respostas probabilísticas. E este esboço de respostas elimina do ato de investir a sua maior dúvida: o que fazer com o ativo? Paralisar de medo diante de um comportamento inesperado, ou mesmo anômalo, ou ser um aventureiro que conta com a sorte ou com várias linhas traçadas sobre gráficos que cada um interpreta à sua maneira, com dezenas de osciladores e indicadores que raramente concordam entre si? Ou preso à análises que mostram o mercado na ótica do retrovisor, sempre muito atrasado?
Aqui colocamos a probabilidade ao nosso lado, todos os dias, no sentido de controlar o incontrolável, respeitando as características de cada ativo, selecionando os que mais se aderem à nossa descrição, não esperando vencer ou bater o mercado, mas através da exploração meticulosa e disciplinada de suas ineficiências obter a sua descrição probabilística mais adequada - e rentável- possível. Responder à principal questão do investidor - o que faço com o ativo agora? - e suas versões: Vendo tudo e não volto nunca mais? Compro? Compro mais? Subo o stop? Mantenho? Vai recuperar? - permitem que possamos navegar com segurança no mar - calmo, revolto, traiçoeiro, enigmático, afortunado e perturbador, às vezes tudo ao mesmo tempo - dos investimentos financeiros.
Importante frisar que nenhum dos resultados apresentados aqui pode ser visto como recomendação financeira de qualquer natureza. Além disso, os dados podem apresentar discrepâncias e devem sempre ser revistos e acompanhados. Os resultados apresentados têm uma função puramente informativa e de divulgação da área de sistemas quantitativos em mercados financeiros.
Comentários
Postar um comentário